Um dos principais articuladores do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e fiel aliado do presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Paulinho da Força (SD-SP) assumiu o papel de interlocutor do possível governo Michel Temer (PMDB) com movimentos sociais ligados ao PT. No entanto, a tentativa parece não ter sido muito bem aceita pelos representantes dos movimentos.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Paulinho, que também é presidente da Força Sindical, esteve com Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto); com José Rainha, ex-líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e hoje à frente da FNL (Frente Nacional de Luta); e com João Paulo Rodrigues, da direção do MST.

Guilerme Boulos do MTST, confirmou a conversa com Paulinho da Força, mas disse que o MTST "não reconhece a legitimidade" de um provável governo Michel Temer. "Além de um golpe à democracia, é um golpe aos direitos sociais", afirmou. "Se colocar o tal de 'Uma Ponte para o Futuro' em prática, todos os programas sociais serão destruídos."

Ele assumiu que Temer deu carta branca para ouvir as demandas dos movimentos, no caso de um governo peemedebista. Antes de assumir este papel, no entanto, o deputado afirmou ter colocado uma condição ao vice: "Falei para ele que não dá para mexer nos direitos trabalhistas".