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Abstenção, brancos e nulos são 29% dos votos

Com 99,99% das urnas apuradas, um percentual que representa 142.820.810 eleitores, as eleições de 2014 tiveram 90,36% de votos válidos. Os números foram computados até 1h30 desta segunda-feira (6). Brancos e nulos somaram 9,64% dos votos totais, e os eleitores que não compareceram às urnas somaram 27.698.199, o que significa 19,39% do total.

Abstenção, brancos e nulos são 29% dos votos
Notícias ao Minuto Brasil

06:52 - 06/10/14 por Agência Brasil

Política Descrença

Os percentuais relativos aos votos que não entram nas contas dos votos válidos aumentaram nas três modalidades. No primeiro turno das eleições presidenciais de 2010, quando o país tinha 135 milhões de eleitores, 18,12% deles não votaram. Em 2002, a abstenção atingiu 17,74% e em 2006, 16,75%.

A percentagem de votos em branco, neste ano, também cresceu. Em 2010, eles foram 3,13% do total; em 2006, 2,73%; e em 2002, 3,03%. Neste ano, os votos em branco representam 3,84%. Já os votos nulos, que vinham caindo nas três eleições anteriores, tendo registrado 7,35% em 2002; 5,68% em 2006; e 5,51% em 2010, tiveram um ligeiro aumento neste ano, atingindo 5,8%. Com isso, abstenções, brancos e nulos somam 29%.

Considerado o típico voto de protesto, o voto nulo tem o mesmo efeito do voto em branco por não entrar nas contas na hora de bater o martelo sobre quem está eleito. Embora não se possa dizer se esses percentuais crescentes revelam desinteresse por parte da população em relação à política, já que o voto é obrigatório, uma pesquisa do Instituto Data Popular, feita antes das eleições, mostrou que há um alto grau de desconfiança, por parte do eleitorado brasileiro, em relação à classe política.

Foram entrevistadas 15.652 pessoas, em 159 municípios, e 73% delas disseram não confiar nos candidatos que postulam um cargo eletivo neste ano. Segundo o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, registrou-se que o brasileiro não confia até mesmo nos candidatos que escolhe e os deputados estaduais lideram o ranking. “Se a gente olhar a escala, os [candidatos] em quem os eleitores menos confiam são os deputados estaduais [82%]”, disse Meirelles. Em seguida, aparecem os candidatos a deputado federal, com 75% de desconfiança; os postulantes ao Senado, 65%; os que concorrem ao cargo de governador, com 40%; e os candidatos à Presidência da República, com 30% de desconfiança.

Meirelles disse que os entrevistados foram convidados a responder se concordavam ou não com frases apresentadas pelos pesquisadores. Entre eles, 65% disseram, por exemplo, concordar com a seguinte frase: “Os políticos são todos iguais”. Segundo o presidente do Data Popular, parte das respostas evidencia uma desconfiança em relação à classe política e “parte é um desconhecimento real da proposta do candidato”. Para a maioria dos eleitores, o voto é dado ao candidato que parece ser “o menos pior”.

O entendimento geral decorrente da pesquisa, indicou Meirelles, é que "a classe política está afastada da realidade cotidiana das pessoas”.

*Colaborou Alana Gandra

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