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Estudante indígena recebe carta com ofensas na Ufac: 'raça nojenta'

'Não sei quem teve a brilhante ideia de misturar pessoas normais com índios', diz trecho do texto

Estudante indígena recebe carta com ofensas na Ufac: 'raça nojenta'
Notícias ao Minuto Brasil

16:33 - 21/10/17 por Notícias Ao Minuto

Brasil Universidade

A estudante de pedagogia Kethyla Taiane Shawanava de Almeida, de 18 anos, recebeu na última quarta-feira (18) uma carta com ofensas racistas dentro da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Cruzeiro do Sul.

“Não sei quem teve a brilhante ideia de misturar pessoas normais com índios. Porque raça nojenta é essa. Observamos que os professores todos gostam de você, deve ser por ter pena. (…) Tira a tua máscara garota. Deixa de ser essa caboca [sic] nojenta e imunda que tu é”, diz um trecho da carta.

Como conta o "G1", o papel foi colocado nos pertences da estudante durante o intervalo entre aulas. Endereçada a Kethyla, o texto possui ofensas à jovem por ela ser indígena, descendente de índios da etnia Araras.

“Ainda vem com uma história que almeja um futuro melhor para os pais. Procura futuramente estudar em um curso melhor. Vai tirar eles de onde? Da tribo? Deixa eles lá porque lugar de índio é dentro dos buracos assim mesmo”, consta em outro trecho.

O texto termina com ameaças e pedindo que ela desista de estudar. “Vai tomar caiçuma e ter uns 11 meninos na aldeia. (…) Deixa de ocupar uma vaga que poderia ser de outra pessoa. (…) Saiba que tem um grande inimigo aqui, que vai infernizar até tu desistir. Espero que se toque. Beijos de luz, caboca [sic] nojenta”, conclui.

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Investigação

Como o caso ocorreu em um ambiente federal, ele está sendo investigado pela Polícia Federal do Acre. O delegado Fabrício Silva informou ao site que já ouviu a estudante e que o objetivo é identificar o autor da carta e identificar o que o motivou a escrevê-la.

“Estamos tomando todas as medidas necessárias para tentar chegar ao autor desse suposto crime o quanto antes. Por enquanto não temos nenhuma suspeita. Li o documento da carta e a vítima, como qualquer pessoa que lesse, se sentiria abalada. Trata-se de uma agressão injusta contra uma pessoa que não fez nada. Seu único ‘problema’ é ser descendente de indígenas”, contou Silva.

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