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Titãs celebram 32 anos de carreira com show único no Uruguai

Banda ícone dos anos 1980 se apresenta em Montevidéu em 22 de abril

Titãs celebram 32 anos de carreira 
com show único no Uruguai
Notícias ao Minuto Brasil

12:44 - 18/03/17 por Notícias Ao Minuto

Cultura Rock

O co-fundador do lendário grupo de rock Titãs, Sérgio Britto, falou para a Sputnik Mundo os momentos marcantes de uma carreira emblemática de 32 anos no Brasil e se surpreendeu ao saber que a banda é também um ícone entre os países vizinhos.

Para aqueles que viveram a ebulição dos anos 80, que respiraram os finais das ditaduras militares nos países do Cone Sul e desejaram alcançar a liberdade de expressão, a banda Titãs — com nome difícil de se pronunciar entre os vizinhos de língua espanhola — marcou uma era, marcou gerações.A dois meses de se apresentar na capital do Mercosul, Montevidéu, Uruguai, quase todos os bilhetes já foram vendidos — será casa cheia. No entanto, o co-fundador, vocalista e baixista da banda, Sérgio Britto, disse à Sputnik Mundo que não esperava tal novidade.

"Não sei se o mercado está interessado no que fazemos, porque nós tocamos muito para os brasileiros. Os grupos latino-americanos são pouco conhecidos no Brasil e eu acho que acontece o mesmo com as pessoas dos outros países", afirmou o músico.

A declaração é quase insólita. Na região do Río de Plata, que compreende o Uruguai e a Argentina, músicas como 'Polícia' e 'Homem Primata' soam tão presentes na memória, como se falassem dos dias atuais, e não de 30 anos atrás.

Assim é que cada vez que a Polícia protagoniza episódios de repressão aos crescentes protestos de rua no Brasil e em outros países da América Latina, o refrão " Dizem que ela existe pra ajudar! Dizem que ela existe pra proteger! Eu sei que ela pode te parar! Eu sei que ela pode te prender! Polícia, para quem?" ecoa a voz de manifestantes da região.

"É muito bom saber que uma música tem repercussão na sociedade, é um orgulho", disse Britto.

Seu tom de voz sereno durante a entrevista contrasta com a energia contagiante transmitida quando o hino de protesto, que se transformou a música, é ecoado.

Mas os Titãs não vivem no passado. Se bem que ainda agitam o público com suas canções mais conhecidas da nostalgia dos anos 80, que não saem da cabeça dos fãs, o grupo prepara sua estreia no estilo ópera rock e vai gravar ano um novo disco em breve.

"É um disco que vai ser uma ópera rock, ou seja, que vai ter uma narrativa que vai unir todas [as músicas]. Não gravamos nada parecido, pois a banda busca sempre fazer algo novo. Nós nos reinventamos muitas vezes e esta é mais uma vez", contou o titã.

Nesse reinventar-se constante, o grupo apresenta agora uma nova formação que conta apenas com três de seus fundadores originais: Tony Bellotto e Branco Mello, além de Britto. Entre os dois novatos, um nome significante: Beto Lee, músico de longa trajetória e o filho de outra brasileira famosa, a cantora emblemática Rita Lee.

Atualmente, Titãs se apresentam cerca de seis vezes por mês no Brasil e resolveram dar um gostinho para os irmãos latino-americanos em um único show, que será realizado em Montevidéu, em 22 de abril.

"Preparamos um show com o mais importante de nossa obra. Estivemos no Uruguai em 1991 e queremos muito voltar", contou o músico.

E, como bem enfatizou Britto, que a banda se permite falar de tudo, desde o amor a temas sociais, Sputnik compartilha uma lembrança memorável da participação do músico argentino Fito Páez na gravação do disco acústico dos Titãs em 1997. Um encontro que também evidenciou a proximidade do grupo com o espanhol. (Sputnik News Brasil)

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