Carlos Drummond de Andrade é homenageado da Fliminas
Trinta anos após morte do poeta, Festa Literária de Minas Gerais lhe renderá tributo
© Fundação Carlos Drummond de Andrade
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Debates, lançamentos de livros e conversas com autores sobre a vida e obra do poeta, cronista e jornalista mineiro Carlos Drummond de Andrade marcam a programação da edição 2017 da Festa Literária de Minas Gerais, que começa nesta quinta-feira (17). Sob o tema "Tem poesia no meio do caminho", a maratona inclui ainda oficinas de artes plásticas e de literatura, exposições, espetáculos de teatro e concertos.
A abertura da Fliminas apresentará a obra "Edição Carlos Drummond de Andrade", com o autor Francisco Gregório Filho e outros escritores. No dia seguinte, a Tenda Drummond irá expor várias edições das obras do autor de "As Impurezas do Branco".
No sábado (19), na tenda dedicada ao poeta, será apresentado o Projeto Drummonzinhos, promovido pela Fundação Carlos Drummond de Andrade, para a formação de jovens guias da localidade de origem do escritor.
A noite contará com concertos das bandas Rastro Roots, Guerreiras de Clara e Capivara endiabrada. No domingo (20), último dia da Fliminas, a tenda Drummond receberá o Grupo Ingoma, coletivo mineiro de tambores.
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Biografia
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) iniciou a vida acadêmica em Belo Horizonte, onde formou-se em Farmácia, profissão que nunca exerceu. Depois de se mudar para o Rio de Janeiro, Drummond se dedicou à atividade literária, e tornando-se um dos principais nomes do Modernismo Brasileiro.
A obra de estreia como poeta foi "Alguma Poesia" (1930), considerada polêmica pela crítica, mas que apresentava elementos que viriam a ser recorrentes na escrita do mineiro: o lirismo, humor e ironia, a franqueza dos fatos que debatia e as reflexões marcadas sobre temas abstratos, como o amor ou a morte.
Também merecedora de destaque é "A Rosa do povo" (1945), uma compilação de 55 poemas do autor, feita durante a Segunda Guerra Mundial (1943-1945), com ênfase no conflito, em afetos, no passado familiar e nos tempos sombrios.
A obra de Drummond explora o "olhar do poeta brasileiro mais importante de sempre, sobre um momento de transformação profunda", destacou a editora da obra, a Companhia das Letras.
Num percurso literário de mais de 60 anos, somam-se títulos como "Os Ombros Suportam o Mundo", "Claro Enigma", "Lição de Coisas", "Esquecer para Lembrar" ou "Futebol, a arte".
Em 1965, 35 anos após a publicação do primeiro livro, a produção literária de Drummond foi reunida pela primeira vez em "Obras Completas", que o confirmou como baluarte de uma poesia séria e pensada, entendida também pelo seu sentido trágico, característico do Modernismo Brasileiro, segundo a casa editora.
Surgiriam depois títulos como "Menino Antigo", "A Paixão de Medida", "Amar se aprende amando", "Poesia Errante". No campo da prosa, celebrizou-se com "Contos de Aprendiz" e, na sua ótica de cronista e crítico, escreveu "Confissões de Mimas", "O Gerente", "Passeios na Ilha" e "Fal, Amendoeira". O seu estilo pauta-se pelo uso da ironia, ao tratar da natureza humana. Carlos Drummond de Andrade morreu em 1987, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.