Julia Louis-Dreyfus leva Emmy e alfineta Trump
Em seu discurso, ironizou o momento político americano. "Quero pedir desculpas pelo clima político atual. Acho que 'Veep' derrubou a divisão entre a comédia e a política", disse a atriz
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Julia Louis-Dreyfus levou seu quinto Emmy de melhor atriz em série de comédia na noite deste domingo (18) por "Veep" (HBO), em que vive a ex-presidente Selina Meyer que assume a faixa. É o 21º prêmio Emmy em sua carreira, desde "Seinfeld".
Em seu discurso, ironizou o momento político americano. "Quero pedir desculpas pelo clima político atual. Acho que 'Veep' derrubou a divisão entre a comédia e a política. Nossa série começou como sátira política, mas agora parece mais um documentário sobre a realidade. Prometo que vou reconstruir aquele muro e fazer o México pagar por ele", disse a atriz, em referência a uma famosa fala do candidato Donald Trump.
Em seu numero de abertura e pela segunda vez no comando da cerimônia do Emmy, o apresentador Jimmy Kimmel brincou com a previsibilidade da premiação em seu primeiro ato.
Assim que subiu ao palco, desceu as escadas até a plateia para entregar uma estatueta para Jeffrey Tambor, vencedor em 2015 como ator de série de comédia por "Transparent" e favorito nesta edição. "Assim economizamos 22 minutos", comentou.
Acabou acertando, e meia hora depois Tambor levou a estatueta pelo segundo ano consecutivo. Foi o segundo prêmio da série da Amazon — antes, Jill Soloway venceu como melhor diretora em comédia.
Soloway fez um discurso emocionado. A série fala sobre uma mulher transgênero, interpretada por Tambor. "Quando clocamos esses personagens no centro da historia eles são sujeitos, em vez de objeto. E eles mudam o mundo."
Tambor reiterou o ativismo e pediu que produtores dessem mais oportunidades na indústria a atores e atrizes transgênero.
Em seu monólogo inicial Kimmel também fez graça da enxurrada de programas na TV ("esta é a noite em que comemoramos todos os programas importantes que nunca temos tempo de assistir"). E comentou a diversidade nas indicações: diferente do Oscar, que não indicou nenhum ator não branco neste ano, 19% dos atores finalistas do Emmy são de outras origens étnicas.
"A única coisa que valorizamos mais que a diversidade é nos parabenizar pela nossa diversidade", ironizou. Depois, foi ácido com o produtor do programa "O Aprendiz", que foi apresentado por Donald Trump: "Se ele for eleito e construir aquele muro [que divide os EUA do México], ele será o primeiro que colocaremos do outro lado".
O primeiro vencedor do 68º Emmy nesta noite foi Louie Anderson, melhor ator coadjuvante de comédia por "Baskets". Na série, ele interpreta a própria mãe.
Na sequência, Aziz Ansari e Alan Yang venceram o prêmio de comédia pelo roteiro de "Master of None", que propõe uma versão ácida sobre a diversidade em Hollywood e celebra a herança de pais estrangeiros. Brincando com imigrantes italianos nos EUA, Yang disse: "Vocês já fizeram 'O Poderoso Chefão', 'Goodfellas'. Mas nós podemos chegar lá".
Ao receber a estatueta de atriz coadjuvante de comédia por "Saturday Night Live", Kate McKinnon agradeceu à presidenciável Hillary Clinton, a quem imitou em um dos esquetes do programa.
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Veja a lista de vencedores já anunciados:
Ator coadjuvante em série de comédia
Louie Anderson ("Baskets")
Roteiro em série de comédia
Aziz Ansari e Alan Yang ("Master of None")
Atriz coadjuvante em série de comédia
Kate McKinnon ("Saturday Night Live")
Ator convidado em série de comédia
Peter Scolari ("Girls")
Atriz convidada em série de comédia
Tina Fey e Amy Poehler ("Saturday Night Live")
Diretor em série de comédia
Jill Soloway ("Transparent")
Atriz em série de comédia
Julia Louis-Dreyfus ("Veep")
Ator em série de comédia
Jeffrey Tambor ("Transparent")
Reality show
"The Voice"
Roteiro em minissérie ou telefilme
"American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson"
Atriz coadjuvante em minissérie ou telefilme
Regina King ("American Crime")