Orangotango que aprendeu a falar morre aos 39 anos nos EUA
Chantek aprendeu a usar linguagem dos sinais e estrelou um documentário
© Instagram / zooatl
Mundo Atlanta
O orangotango Chantek morreu aos 39 anos em Atlanta, nos EUA, nesta segunda-feira (7). O animal foi criado pela antropóloga Lyn Miles na Universidade do Tennessee e participou de uma experiência única que procurava entender se um macaco poderia aprender o comportamento humano. Ele foi a estrela do documentário "The Ape That Went to College" (O Macaco que Foi para a Faculdade) do Animal Planet.
Chantek foi criado em seu próprio quarto e sua vida era como a de uma criança humana.
Com a ajuda de Lyn Miles, ele aprendeu usar ferramentas, limpar seu quarto, fazer chamadas telefônicas para seu restaurante de fast food favorito ou uma loja de sorvete. Mas o mais importante, o macaco aprendeu a linguagem americana de sinais, começou a se comunicar com humanos e conseguiu manter uma conversa real. A única razão pela qual ele não podia dominar a fala oral era que as bocas de um orangotango não são projetadas para isso.
+ Saiba qual é a expectativa de vida destes animais
Chantek logo se integrou na vida social do campus em que morava: quando novinho, ele frequentava um jardim de infância dos filhos da equipe universitária. Ao envelhecer, sua foto apareceu nos anuários universitários: entre os rostos humanos, um rosto de "orangotango humano" pode ser visto.
O primata era inventivo: ele possuía um senso de humor e poderia criar seus próprios sinais para substituir aqueles que não conhecia — por exemplo, ele chamou a "pasta de dente" de "ketchup".
Ele participou de palestras e brincava com os alunos até se tornar muito grande e forte para circular livremente pelo campus. O orangotango foi então levado ao Yerkes Primate Center em Atlanta, um laboratório de pesquisa, onde foi preso em uma pequena gaiola. Quando a Dra. Lyn Miles foi autorizada a vê-lo, o orangotango parecia devastado. De acordo com o Daily Mail, ele disse por sinais "Mãe Lyn, pegue o carro, vá para casa". A Dra. Miles perguntou se ele estava doente. "Dói", disse Chantek. Ela perguntou onde dói: "Sentimentos", ele respondeu.
Em 1997, depois de 11 anos em uma gaiola, ele foi transportado para o Zoológico de Atlanta. Ele passou os últimos 20 anos de sua vida entre outros orangotangos aos quais se referia como "cachorros de laranja". Chantek se referia a ele como "pessoa de orangotango".
Sua inteligência brilhante e "personalidade envolvente" o ajudaram a desenvolver fortes laços com os cuidadores, às vezes chamando a antropóloga pelo primeiro nome "Lyn", depois da Dra. Miles. De acordo com a declaração do zoológico, ele "frequentemente usava a língua de sinais para se comunicar com seus cuidadores", mas "era tímido em usar os sinais com indivíduos que não conhecia e muitas vezes escolheu formas de comunicação mais típicas dos orangotangos, como vocalizações e gestos únicos das mãos".
A causa da morte de Chantek é até agora desconhecida, mas é altamente provável que ele tenha morrido por uma doença cardíaca que tratava desde 2016. Os orangotangos são considerados idosos após os 35, então ele viveu uma longa vida. O zoológico emitiu uma declaração. Com informações do Sputnik News Brasil.