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Oposição na Venezuela contesta resultado de eleições estaduais

Em entrevista a jornalistas, o opositor derrotado em Miranda, Carlos Ocariz, disse que o governo "manipulou resultados, retirou fiscais dos postos e alterou locais de voto para criar obstáculos e impedir que os eleitores votassem"

Oposição na Venezuela contesta resultado de eleições estaduais
Notícias ao Minuto Brasil

21:19 - 16/10/17 por Folhapress

Mundo Pleito

O chefe de campanha da MUD (Mesa de la Unidad Democrática), Gerardo Blyde, disse nesta segunda (16) que a oposição não reconhece os resultados das eleições para governador na Venezuela anunciados na véspera pelo Conselho Nacional Eleitoral.

Segundo o órgão oficial venezuelano, correligionários do ditador Nicolás Maduro venceram em 17 dos 23 Estados do país, enquanto a oposição venceu em apenas cinco -a apuração em Bolívar não havia terminado até as 21h (de Brasília) desta segunda (16).

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Pesquisas de boca de urna dos opositores apontavam vitória em ao menos 12 Estados. O CNE, porém, anunciou que a MUD venceu em Anzoátegui, Mérida, Táchira, Nueva Esparta e Zulia.

O resultado mais surpreendente para a oposição foi a derrota em Miranda, governado pelo ex-candidato presidencial Henrique Capriles e, até então, bastião opositor.

Blyde afirmou que "houve inúmeras violações durante o processo", e que seriam convocados protestos de rua.

Em entrevista a jornalistas, o opositor derrotado em Miranda, Carlos Ocariz, disse que o governo "manipulou resultados, retirou fiscais dos postos e alterou locais de voto para criar obstáculos e impedir que os eleitores votassem". Acrescentou que não reconhece o chavista Héctor Rodríguez como ganhador e que pedirá "a revisão de todas as atas [eleitorais]".A participação foi de 61,1% (o voto não é obrigatório).

JURAMENTO

Nesta segunda, a presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Delcy Rodriguez, afirmou que "todos os governadores eleitos terão de prestar juramento nesta terça (17) perante a Constituinte" para poder tomar posse.

Em seu discurso na madrugada de segunda, Maduro chegou a ameaçar os opositores eleitos: "Se vierem dispostos a trabalhar, vamos trabalhar juntos, o governo estadual não é um espaço para lançar batalhas. Não quero governadores 'guarimberos´" ("guarimba" são os métodos de protesto nas ruas).

O ditador acrescentou que os resultados passariam por auditoria: "Quem sabe se nessa recontagem não recuperamos esses cinco Estados".

Uma das opositoras eleitas, Laidy Gómez, que ganhou em Táchira, um dos Estados em que os protestos antigoverno foram mais intensos, assim como a repressão, disse que só prestaria juramento depois de o CNE "explicar as irregularidades cometidas durante o pleito".

Gómez disse também que apoia os candidatos que considerarem terem sido injustiçados em outros Estados. "De Táchira envio nosso respaldo àqueles que tenham concluído ter sido vítima de fraude".

Diosdado Cabello, homem-forte do chavismo, criticou a oposição por acusar fraude.

"Cantar fraude sem apresentar provas não pode. O presidente também solicitou uma auditoria, não temos medo de nada. Estamos seguros de nossa vitória", declarou em entrevista a jornalistas.

Cabello afirmou que rejeitar o resultado era arrogância da parte da oposição. "O mapa do CNE é uma realidade política, e não há pesquisa de boca-de-urna que possa desmenti-la", disse.

Apesar das queixas da oposição, as ruas de Caracas viveram uma segunda-feira calma pós-eleições. Não houve marchas nem protestos.

"É triste, mas as pessoas chegaram à conclusão de que não vale mais a pena protestar", disse Gladys Torres, 34, quando caminhava para o trabalho, pela manhã.

"Agora só resta contar com a pressão internacional", completou o comerciante Ivan Núñez. "Nossos oposicionistas não dão conta de enfrentar essa máquina." (Folhapress)

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