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Venezuela: desfiles de carros alegóricos e protestos marcam fim do carnaval

Um dia antes do início das atividades em memória do presidente Hugo Chávez, que morreu há um ano, a movimentação em Caracas nessa terça-feira (4), fim do feriado prolongado de carnaval, foi mais tranquila do que na semana passada. Em redutos opositores, algumas marchas foram realizadas mas, do lado oposto, no oeste, teve programação de carnaval ao longo do dia.

Venezuela: desfiles de carros alegóricos e protestos marcam fim do carnaval
Notícias ao Minuto Brasil

08:17 - 05/03/14 por Agência Brasil

Mundo Festividades

Na programação carnavalesca, organizada pelas prefeituras do Distrito Metropolitano e de Caracas, a população assistiu a um desfile de carros alegóricos e shows com bandas. Muitos levaram os filhos com fantasias.

Em Altamira e Chacao, no estado de Miranda, a leste de Caracas, grupos de estudantes se mobilizaram ao longo da tarde e "retocaram" os bloqueios, as chamadas guarimbas, em ruas e avenidas. A Guarda Nacional se manteve nas vias de acesso à Autopista, um eixo importante da cidade, e impediu que manifestantes bloqueassem a avenida.

A médica comunitária Adriana Ortiz foi com o marido ao desfile de carnaval, vestida com a camisa da Seleção Brasileira de Futebol. "Eu gosto muito de carnaval e vim aqui participar. Hoje é dia de alegria", disse à Agência Brasil.

Na programação, a marca foi a típica irreverência venezuelana e o tom provocativo de alegorias, como um carro chamado Satã Tio Sam, em referência aos Estados Unidos. Crianças também participaram dos carros alegóricos, um deles com todas vestidas de Simon Bolívar, heróí da independência nacional.

Nas regiões em que se concentram opositores, as fantasias deram lugar aos bonés, com a bandeira do país estampada, e a cartazes que pediram o fim da violência e de acusações de censura por parte do governo. No entanto, os protestos tiveram espaço em algumas matérias da rede de comunicação estatal.

A Agência Brasil esteve em Altamira, no fim da tarde, e acompanhou a movimentação nas proximidades de algumas ruas bloqueadas com barreiras feitas com entulhos, lixo e placas de alumínio e metal. No fim da tarde, jovens encapuzados montavam barreiras de até 1 metro.

"É impossível passar um carro aqui", disse um motorista que não quis dar entrevista, mas que teve o carro preso nas ferragens, ao tentar passar em uma das pontas da guarimba.

A estudante

de engenharia civil Tatiana Rada, 21 anos, contou que a "construção das guarimbas" divide opiniões entre os jovens manifestantes. Ela disse que há gente que é contra, mas que ela é a favor. "Se não fazemos isso, ninguém nos escuta", defendeu.

Opinião diferente tem o morador de um prédio localizado em frente a um bloqueio mantido há mais de duas semanas, o engenheiro elétrico Ricardo Fortado. Ele contou que quase todos os dias, nas últimas semanas, após as 17h, começam os "protestos mais radicais, com fogueiras, a construção de barreiras e os enfrentamentos entre a Guarda Nacional e os estudantes.

"Parece que estamos em um toque de recolher não declarado. Depois de certa hora, os estudantes e os guardas começam a medir forças. Os estudantes alegam que jogam pedras em resposta à violência policial, mas do alto dos prédios vemos que os dois lados se atacam", comentou.

Ricardo acha que, às vezes, os guardas exageram no controle da manifestação, apesar do comportamento de alguns estudantes e dos bloqueios. "Os meninos estão exagerando também, na minha opinião, mas os policiais estão batendo e usando muito gás lacrimogêneo. Até contra os apartamentos eles lançam gás".

Durante a noite, a Agência Venezuelana de Notícias anunciou que seis estações do metrô haviam sido fechadas nas regiões em que ocorreram os protestos. Além disso, de acordo com o governo, desde o dia 12 de fevereiro, quando ocorreu o primeiro grande protesto nacional, 60 ônibus foram danificados por atos de vandalismo.

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