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G7 assume luta ao protecionismo, mas isola Trump sobre clima

Apesar de divergências, grupo divulgou comunicado conjunto

G7 assume luta ao protecionismo, mas isola Trump sobre clima
Notícias ao Minuto Brasil

19:54 - 09/06/18 por Ansa

Economia Comunicado

O comunicado final da cúpula do G7 em Charlevoix, no Canadá, prega a continuação do combate ao protecionismo comercial, após a reunião ter ficado marcado pela divisão entre os Estados Unidos e os outros membros sobre tarifas de importação.

Além dos EUA e do Canadá, o grupo é formado por Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia e encerra seu encontro anual fragilizado pelas desavenças internas, apesar de os líderes terem conseguido evitar o fracasso de não produzir uma declaração conjunta.

"Salientamos o papel crucial de um sistema comercial internacional fundado sobre regras e continuaremos a combater o protecionismo", diz o texto. O G7 também se compromete a "modernizar" a Organização Mundial do Comércio (OMC), principal ente multilateral para questões comerciais e dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo.

O objetivo é torná-la "o mais justa possível". "Nós faremos todo o possível para reduzir as barreiras tarifárias, as barreiras não-tarifárias e os subsídios", acrescenta a declaração, que ainda faz referência à Rússia, outro ponto divisivo na cúpula do G7.

Trump chegara à Charlevoix pedindo a volta do país ao grupo e logo contou com o apoio do novo premier italiano, Giuseppe Conte, rapidamente encoberto pelas nações da União Europeia, que fizeram com ele uma série de reuniões e expressaram uma opinião conjunta: Moscou só pode voltar quando a situação na Ucrânia se estabilizar.

Na declaração final, o G7 pede para a Rússia parar de "minar os sistemas democráticos", uma referência direta às denúncias de interferências de Moscou em processos eleitorais no Ocidente, dos EUA à França, passando pelo plebiscito do "Brexit". "Se suas ações o exigirem, estamos prontos a adotar novas medidas restritivas para aumentar os custos para a Rússia", afirma o documento, assinado inclusive pela Itália, cujo novo governo colocou em seu programa o objetivo de derrubar as sanções contra Moscou.

No entanto, como já havia ocorrido no G7 de Taormina, na Itália, no ano passado, os países não chegaram a um consenso sobre o clima. O trecho referente a questões ambientais não foi assinado pelos Estados Unidos, que, sob o governo Trump, também abandonaram o Acordo de Paris.

"Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia reafirmam seu forte empenho em implantar o Acordo de Paris, por meio de uma ação ambiciosa para reduzir as emissões, enquanto se estimula as inovações", diz o texto.

"Sobre o clima, temos uma posição ambiciosa em seis, sem os Estados Unidos. Isso não é uma novidade", minimizou o presidente da França, Emmanuel Macron. "O G7 nos permitiu manter a união sobre todos os temas nos quais foi possível. Onde nossas ambições não eram compatíveis com a unidade do grupo, aceitamos as divergências", reforçou, no Twitter.

Protagonismo - Com suas ameaças de guerra comercial e declarações em defesa da Rússia, Trump protagonizou a cúpula de Charlevoix, embora tenha deixado a reunião antes do fim, para viajar a Singapura, onde se encontrará com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na próxima terça-feira (12).

O presidente dos EUA chegou atrasado a reuniões, inclusive em uma sobre paridade de gênero, e fez pouco esforço para se mostrar confortável em um país com o qual vem encenando um embate político e ideológico na América do Norte.

O Canadá, governado pelo liberal Justin Trudeau, é um dos alvos da guerra comercial de Trump, assim como a China e a Alemanha, representada também na figura da União Europeia. Todos eles têm significativos superávits comerciais com os EUA.

Enquanto acontecia a cúpula, o chefe da Inteligência norte-americana, Dan Coats, dava uma palestra na qual acusava a Rússia de tentar "dividir" a aliança atlântica, ou seja, a OTAN.

O apoio a Trump veio do novato do G7, Giuseppe Conte, que defendeu a inclusão de Moscou e ganhou um convite para conhecer a Casa Branca.

Do lado do magnata, ele volta agora todas as atenções para a aguardada cúpula com Kim Jong-un, que reunirá dois líderes imprevisíveis, mas pode dar fim a mais de meio século de hostilidades.

Já os aliados do outro lado do Atlântico têm pela frente o encontro do Conselho Europeu, no fim de junho, para tratar das crises que polarizam os Estados-membros do bloco, como a reforma da Convenção de Dublin e a resposta adequada às tarifas alfandegárias dos EUA. Com informações da Ansa.

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