Dilma rebate texto de Veja que aponta Lula como "gestor da corrupção"
A petista chamou de "mentirosa e absurda" a delação feita pelo ex-deputado Pedro Corrêa
© Reuters
Política Esclarecimento
Preso
na
Operação Lava-Jato, o ex-deputado Pedro Corrêa disse,
em uma audiência, que era um especialista na arte de comprar votos. Ao que parece, confessar crimes é algo que o político
vem fazendo com frequência
desde que
iniciou
a negociação de
um acordo de delação premiada com a Justiça, no ano passado.
De acordo com a matéria da revista Veja, divulgada nesta sexta (27), Corrêa foi o primeiro político a se apresentar ao Ministério Público para revelar seus conhecimentos em troca de redução de pena. Ele foi
preso e condenado a vinte anos e sete meses de cadeia por envolvimento no
petrolão, em 2015
e admitiu ter recebido dinheiro desviado de quase vinte órgãos do governo.
Em sua
delação, o
médico pernambucano fala sobre como
usou a política para construir fama e fortuna. Acumulando sete mandatos de deputado federal, Corrêa detalha esquemas de corrupção passam pelos governos militares,
gestão de Fernando
Collor,
Fernando Henrique Cardoso, até chegar
a era
petista. Ele indica
senadores, deputados, governadores, ex-governadores, ministros e ex-ministros de diversos
partidos e até integrantes do Tribunal de Contas da União
como beneficiários de propina.
Em detalhes, Corrêa descreve
como era discutida a partilha de cargos no governo do ex-presidente
Luiz
Inácio Lula da Silva
e,
sobre pagamentos de propina dentro do Palácio do Planalto.
Lula, segundo ele, gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras,
desde
indicação dos diretores corruptos da estatal à divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos. O
ex-deputado
conta
situações em que o
petista
tratou com os caciques do PP sobre a farra nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa, o Paulinho.
Após a publicação, a presidente afastada Dilma Rousseff postou uma nota de esclarescimento em sua página do Facebook. A assessoria da petista garante que ela nunca se encontrou com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulinho, para pedir apoio financeiro, além de
caracterizar a suposta delação como "mentirosa e absurda". Leia na íntegra:
Acerca da matéria “Decanato da Corrupção”, publicada pela revista Veja, em 27 de maio, em que se divulga trechos de uma suposta delação premiada do ex-deputado Pedro Correa, cumpre esclarecer que:
1. Ao contrário do afirmado em Veja, a presidenta Dilma Rousseff JAMAIS se reuniu, em 2010 ou em qualquer outro momento, com o senhor Paulo Roberto Costa para fins de solicitar qualquer espécie de apoio financeiro.
2. Esta afirmação é absolutamente mentirosa e absurda, sendo desmentida inclusive por outras evidências e depoimentos divulgados ao longo da Operação Lava-Jato.
3. Vemos, mais uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e que serão desmentidas pelos fatos. Assessoria de Imprensa da Presidenta Dilma Rousseff"