Veja a repercussão ao afastamento de Renan da presidência do Senado
Políticos falaram sobre a determinação do ministro do STF Marco Aurélio Mello, nesta segunda-feira
© Adriano Machado / Reuters
Política Decisão
Confira abaixo como foi a repercussão no meio política após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.
Armando Monteiro (PTB-PE), senador
“Eu não posso me pronunciar, pois não conheço o teor da decisão, mas, evidentemente, decisão do Judiciário não se discute. Não cabe dar opinião política sobre algo que é uma decisão da Suprema Corte. Como é de caráter liminar, temos que aguardar. Claro que não é uma situação usual, é uma excepcionalidade [ter o presidente do Senado afastado]. Nós temos que, de qualquer forma, aguardar os desdobramentos, não cabe emitir juízo de valor. [Sobre as votações no Senado,] eu acho que há uma pauta, há uma agenda da Casa que não é definida de maneira imperial pela presidência da Mesa, pois é definida de maneira colegiada. Portanto, eu acho que, em função disso, essa pauta, que tem tantas matérias importantes, acredito que será mantida, porque é uma agenda de interesse do país.”
Lasier Martins (PDT-RS), senador
“Acho que o ministro [Marco Aurélio] fez muito bem [...] Acho que o ministro nos poupa de um grande constrangimento de sermos presididos por um réu em processo criminal, porque isso é muito desagradável. Foi uma decisão apropriada e que nos resolve um problema de constrangimento, porque o principal parlamento brasileiro, tendo um presidente réu presidindo sessões, cria esse constrangimento. Sobre as votações, não sei o que vai acontecer a PEC 55. Os petistas vão querer evitar a votação do segundo turno, mas acho que Jorge Viana deverá colocar em votação o segundo turno, porque a maioria do Senado aprovou a PEC e vai exigir essa votação”.
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição no Senado
“Nós vivemos uma crise econômica, política e institucional. Com essa decisão [de afastamento de Renan], o Senado Federal não tem condições de votar a PEC 55 [do teto de gastos públicos] [...] O presidente foi afastado pela decisão de um ministro do STF. Essa decisão inviabiliza a votação da PEC, nós vamos convencer o senador Jorge Viana [que exercerá a presidência] a encaminhar dessa forma [...] A pauta de votações é feita pelo presidente. O presidente agora é outro, é Jorge Viana, é claro que ele vai conversar com os líderes, vamos conversar com o Jorge porque, com o afastamento do Renan, não tem clima para continuar a votação da PEC”.
Randolfe Rodrigues (AP), líder da Rede no Senado
"A decisão foi coerente com o debate que estava em curso no Supremo. A liminar foi coerente com o processo que está sendo julgado no STF e coerente com a Constituição. Exulto a decisão".
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
"Estou sabendo dessa informação agora. Prefiro tomar pé dela para que depois eu me manifeste sobre esse tema".
Romero Jucá (PMDB-AL), líder do governo no Congresso Nacional
"Não conheço a decisão integral do ministro Marco Aurélio. Fui informado há pouco da decisão, portanto, não tenho como comentar tecnicamente a decisão até porque o ministro do Supremo está tomando uma decisão. Quanto às votações, existe um calendário acertado com o presidente Renan, com toda a mesa diretora, com os líderes, com os partidos, e esse calendário será respeitado, independente de quem esteja presidindo a sessão [...] O senador Jorge Viana [vice-presidente do Senado] é um senador íntegro, trabalhador e comprometido com o país. Se o Renan não presidir, não haverá diferença na condução no Senado".
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