Porque gostamos de umas coisas e não de outras?
O prazer é pura ciência e nem todos os 'gatilhos' são iguais nas pessoas
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É certo que as pessoas não gostam todas das mesmas coisas e que o prazer é uma questão subjetiva. Mas, será assim tão diferente de pessoa para pessoa?
David Linden é professor de Neurociência na Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) e autor do livro ‘A Bússola do Prazer’, uma obra que revela como a ciência olha para aquilo que as pessoas gostam. De acordo com a sua publicação, citada pela BBC, a percepção de prazer varia de pessoa para pessoa e depende muito dos hábitos e costumes de cada um.
Por exemplo, “há coisas de que gostamos porque somos programados para gostar, como consumir alimentos, beber água e ter relações sexuais”. Mas existem coisas de que gostamos simplesmente porque somos diferentes uns dos outros ou porque vivemos em ambientes distintos.
É o caso de preferir salgados a doces, por exemplo. Para Linden, “ as preferências pessoais são determinadas pela experiência individual”, sendo que é comum as pessoas gostarem daquilo com o qual cresceram.
Mas não é só o meio ambiente que influencia os gostos. A predisposição genética para rejeitar o sabor amargo é algo que a ciência já decifrou, contudo, a grande maioria das preferências é aprendida e não herdada, sendo, por isso, fundamental os costumes e as tradições para a existência de prazer e apreciação.
No que toca, ainda, ao prazer e ao gosto por algo, a resposta visualé também fundamental, uma vez que é ativada uma parte no cérebro que está relacionada com a satisfação, explica.
A ideia de que “a beleza é prazer, é gratificante, é parte do mesmo estado afetivo, da relação de satisfação, de recompensa”, é também defendida pelo neurocientista Morten Kringelbach, que salienta que “o prazer que a comida é diferente do prazer da música”.
Quanto ao tipo de prazer – como a dor no sexo ou o picante na comida – a diferença entre pessoas deve-se a experiências significativas vividas, que dão origem a gostos e padrões de prazer, segundo o docente de neuroestética Samir Zeki.