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Só há duas indicações absolutas de cesárea, diz médico obstetra

Há ainda, segundo ele, indicações relativas, ou seja, dependem da avaliação do médico

Só há duas indicações absolutas de cesárea,
diz médico obstetra
Notícias ao Minuto Brasil

17:14 - 20/06/17 por Adriana Franzin, PARA PORTAL EBC

Lifestyle Maternidade

Falta de dilatação, cordão umbilical enrolado no pescoço, cesárea anterior, bacia estreita, nenhum desses motivos é considerado, pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, como justificativas reais de cirurgia cesariana. De acordo com o Dr. James Cadidé, da Comissão de Parto da Febrasgo, só existem duas indicações absolutas: a desproporção céfalo-pélvica e a apresentação prévia da placenta.

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A desproporção ocorre quando a ossatura da bacia da mãe é incompatível com a da cabeça do bebê. Isso acontece em casos de mães que possuem alguma deformidade ou desalinho nos ossos, por conta de um acidente ou deficiência física. Ou em casos em que o bebê tem a cabeça maior que o normal, devido a problemas de saúde como hidrocefalia ou diabetes.

No caso da apresentação prévia da placenta, o parto normal não acontece devido à oclusão da passagem do bebê. Os dois casos são considerados de baixa incidência. Há ainda, segundo ele, indicações relativas, ou seja, dependem da avaliação do médico, como: sofrimento fetal quando a mulher não tem dilatação completa, descolamento prematuro de placenta, placenta prévia com sangramento intenso, distocia (complicações que atrapalham ou impedem a passagem do bebê), herpes vaginal ativa (por conta do risco de desenvolver cegueira no bebê), mãe portadora de HIV.

James Cadidé reforça também que há situações em que a mulher, por cansaço físico, posição ruim e situações de distocia em que não é possível usar o fórceps (instrumento cirúrgico semelhante a uma colher que é inserido no canal vaginal para ajudar a retirar o bebê) ou a vácuo-extração (ou ventosa – retira o bebê por sucção) a cesárea é recomendada.

Essas situações, de acordo com Cadidé, é que fazem com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha previsto um escore de cesarianas que é de, no máximo, 15% do total de partos realizados no país. No entanto, segundo a pesquisa Nascer no Brasil da Fundação Oswaldo Cruz, a cesariana é realizada em 52% dos nascimentos e no setor particular, chega a 88%.

“Se nós tivéssemos fazendo mais cesáreas e tívéssemos os melhores escores de mortalidade materna e os mais baixos níveis de mortalidade perinatal isso justificaria, mas não estamos.Estamos entre os piores”, critica o especialista. Na opinião dele, não é correto culpar apenas os obstetras pelos índices: “É um comodismo assistencial que não envolve apenas médicos obstetras, mas também o gerenciamento dos hospitais. É cômodo ter cesárias programadas para o fluxo de gerenciamento de um centro obstétrico porque se marca a cesárea na hora em que ela é cômoda para todos os atores envolvidos no processo”.

“Nós que lutamos pelo parto natural somos vistos quando chegamos no hospital como um transtorno. A gente é mal olhado desde a hora em que a gente chega no hospital até a hora que a gente sai porque a nossa paciente tem um horário de chegada mas não tem um horário de ir pra sala de parto ou de saída”, reclama.

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