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Argentina inicia processo contra Cristina Kirchner por corrupção

Senadora, que pretende disputar eleições de 2019, figura como acusada em outras sete causas judiciais

Argentina inicia processo contra Cristina Kirchner por corrupção
Notícias ao Minuto Brasil

17:19 - 20/12/18 por Folhapress

Mundo Justiça

Depois de semanas investigando os chamados "cadernos da corrupção", fornecidos por um ex-motorista do ministério do Planejamento durante o kirchnerismo (2003-2015), o juiz federal decidiu iniciar processos contra políticos e empresários.

A mais destacada entre eles é a ex-presidente Cristina Kirchner, que possui foro privilegiado por ser senadora. Bonadio pediu mais uma vez que o benefício seja retirado para que Cristina seja levada a prisão preventiva e responda a processo.

Foram deixados de fora, porém, os também mencionados nos "cadernos da corrupção" Gianfranco e Franco Macri, irmão e pai do presidente Mauricio Macri.

Os cadernos reúnem informações sobre entregas de dinheiro de empresários a membros do governo, para que fossem beneficiados em concursos por obras públicas. Pela primeira vez, a Justiça argentina está usando o recurso da Lei do Arrependido, parecido com a delação premiada brasileira, para casos de corrupção.

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Nas últimas semanas, vários empresários famosos do país, como Paolo Rocca, da Techint, ou Angelo Calcaterra, da IECSA e primo de Macri, compareceram para dar declarações. Alguns fizeram acordos.

Cristina Kirchner, que tem intenção de disputar as eleições de 2019, também compareceu a dar explicações. A senadora também figura como acusada em outras sete causas judiciais.

No caso dos "cadernos da corrupção", Cristina será processada pela acusação de ser supostamente chefe de uma associação ilícita e de ser responsável pela estrutura de arrecadação ilícita de dinheiro, envolvendo subornos, junto a empresários.

O pedido de Bonadio para que seja retirado o foro privilegiado seria enviado na tarde desta quinta (20) ao Senado, casa em que, porém, o peronismo possui maioria.

Num caso inédito na Argentina, 12 empresários também serão processados. E, se o pai e o irmão de Macri se livraram, o primo do presidente, Calcaterra, será processado. Sua ex-empresa (ele a vendeu quando começaram a ser revelados os escândalos) era a sócia da Odebrecht no soterramento do trem Sarmiento, mais importante obra da empreiteira brasileira na Argentina.

O processo contra Cristina, assim como as outras causas pelas quais ela responde, só poderá ir adiante se e quando ela perder o foro privilegiado. 

Apesar de ser algo difícil, por conta da maioria no Congresso de peronistas, é preciso lembrar que seu ministro e homem-forte, Julio De Vido, perdeu o foro como deputado e hoje está preso.

No caso de o processamento ir adiante, a Procuradoria terá de apresentar evidências do envolvimento da ex-presidente nos delitos. Se isso for alcançado, o juiz Claudio Bonadio pode levar o caso a "juízo oral", ou seja, Cristina seria considerara ré e o julgamento entraria em nova fase, que poderia levar à sua condenação.

Os tempos da Justiça argentina, assim como a brasileira, são lentos. Quando Macri foi eleito, em 2015, estava indiciado num processo sobre escutas telefônicas ilegais. Isso, porém, não foi um impedimento para a campanha e nem para a posse. 

Pouco depois de assumir como presidente, a Justiça desestimou a causa contra ele, embora tenha condenado os que participaram da mesma operação. Com informações da Folhapress.

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