Grampos apontam que Cabral já sabia da Operação Calicute
Gravações do ex-assessor de Sergio Cabral, também preso na mesma ocasião que ex-governador, indicam que já era do conhecimento do grupo a investigação da PF
© Fernando Frazão/ Agência Brasil
Política Polícia Federal
Escutas telefônicas de Wagner Jordão Garcia, ex-assessor de Sergio Cabral e preso na mesma ocasião que ex-governador, indicam que o grupo já sabia que a Polícia Federal estava para deflagrar a Operação Calicute. Garcia conversou com Luiz Rogério Magalhães, ex-secretário nos governos de Anthony e Rosinha Garotinho, no dia 14 de novembro deste mês. “A fatura do Leblon já está feita”, disseram, em alusão à decisão sobre Cabral, morador do bairro.
"Nas conversas, Magalhães afirma que “a chapa derreteu”. Garcia quer saber se já saiu alguma coisa na imprensa. Ele nega e completa: “Mas eu estou sabendo que o homem foi lá e quebrou o cofrinho. Meteu o martelo no porquinho e quebrou. Voou moeda para tudo quanto é lado”. Garcia quer saber sobre quem ele está falando. Magalhães responde: “Esse rapaz do Rio, rapaz! Ele e o chefe deles, né!”
Para os procuradores, eles estão falando do juiz federal Marcelo Bretas, que determinou os mandados de busca e apreensão pelo Rio. O chefe seria o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal de Curitiba. “O chefe deles já entregou a rapadura com pasta de caju. E chamaram ele (Bretas) só para embalar”.
Em seguida, Garcia e Magalhães dizem que “a fatura do Leblon já está feita”, uma alusão ao ex-governador Cabral, morador do bairro. Garcia diz: “Meus Deus do céu, cara! É, vamos ver como é que vai ser isso aí, porque dizem que a qualquer momento tá para estourar, né?”. E Magalhães responde: “O Leblon já foi para o vinagre!”. E conclui: “Dizem que a fatura lá do Leblon já foi feita, já faturaram. Só falta emitir a nota e mandar entregar em casa."
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