Cunha alega que não tem interesse pessoal no afastamento de Dilma
"'Jamais serei vice-presidente da República", disse o presidente da Câmara para tentar dar a entender que não tem interesse pessoal na saída da presidente Dilma Rousseff
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Política Estratégia
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declaradamente favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, negou nesta quinta-feira (14) que tenha interesse pessoal no afastamento da petista.
No entanto, como destaca a revista Veja, parlamentares da base governista reafirmaram o discurso de que o peemedebista tem sido um dos principais estrategistas pelo impeachment. O empenho de Cunha para aprovar o impeachment da presidente Dilma se dá pelo fato de que vice Michel Temer, de quem é aliado, assumiria a Presidência e Cunha passaria a ser o substituto imediato do presidente.
A defesa da presidente Dilma e os parlamentares pró-governo argumentam que Cunha age por vingança.
A publicação destaca que o presidente da Câmara diz que a questão é "um debate político fora de oportunidade".
"Eu jamais serei vice-presidente da República. Isso é uma história da carochinha, de quem não conhece e não cumpre a Constituição. O vice-presidente substitui e sucede o presidente. O presidente da Câmara jamais sucede. Presidente da Câmara não é em nenhum momento sucessor do presidente da República. Pode ser em algum momento um substituto eventual. E eu tenho um tempo de mandato e será outro presidente da Câmara daqui a nove meses", argumentou Cunha.
Em relação a ação da Advocacia-Geral da União tentar recorrer para anular a votação o impeachment na Câmara, Cunha disse que o governo Dilma teve esta atidude porque "não tem voto".
Além disso, o presidente da Câmara comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que negou nesta noite uma liminar e manteve a ordem de votação com o revezamento dos parlamentares, a cada par de Estados, por região: primeiro da Norte para a Sul e depois da Sul para Norte, estabelecida pouco antes por Cunha.
Cunha voltou atrás em relação a ordem de votação no domingo (17) e disse que o debate sobre a ordem geográfica dos Estados é uma questão "menor" e que seguiu a ordem usada na Câmara para a posse dos parlamentares.
Ordem de votação mantida pelo STF:
Roraima
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Amapá
Pará
Paraná
Mato Grosso do Sul
Amazonas
Rondônia
Goiás
Distrito Federal
Acre
Tocantins
Mato Grosso
São Paulo
Maranhão
Ceará
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Piauí
Rio Grande do Norte
Minas Gerais
Paraíba
Pernambuco
Bahia
Sergipe
Alagoas