As negociações por ministérios de um possível governo do vice-presidente Michel Temer têm criado atritos entre PMDB e PSDB, principal partido alidado da gestão. Segundo informações do jornal O Globo, os tucanos estariam pressionando Temer para ter mais cargos no governo.

Os ânimos se exaltaram especialmente depois que ex-deputado Eliseu Padilha, que pode assumir a Casa Civil, afirmou que a equipe de Temer deve ser formada por 23 ministérios. Os auxiliares do vice relatam que não têm conseguido agradar os tucanos, o que vem atrasando o anúncio de nomes de outros possíveis ministros.

Aécio Neves seria um dos nomes descontentes com as escolhes de Temer, embora o PSDB não admita as divergências publicamente. "Acho tão bonito esse discurso do Aécio, ele é tão desprendido. Gosto sempre de acreditar no lado bom das pessoas. O problema é que, na hora de conversar, é um pouco diferente", disse um interlocutor de Temer ao jornal.

Para a equipe de Temer, o PSDB não admite ser visto como mais um aliado da possível gestão, por isso barganham por cargos de maior destaque. Os tucanos gostariam que Temer fizesse os convites sem necessidade de pressão externa.

"Se o PSDB for entrar no governo, tem que ser com tamanho. Não dá para ficar só contando o número de deputados na hora de escolher os espaços. O Temer precisa do PSDB. Senão, vai ficar com o mesmo ministério que tinha Dilma. Dar para o PSDB o mesmo tratamento do PP, PR, PSD, não dá",afirma uma fonte ligada a Aécio.