A disputa pela prefeitura de Porto Alegre no segundo turno ganhou um 'candidato' inusitado nesta semana: o voto nulo. A campanha para que eleitores se abstenham da escolha entre Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB) está fazendo sucesso nas redes sociais. Um jingle da 'campanha' pelo voto nulo, publicado na última quinta-feira (13) página 'Anula Lá', teve mais de 180 mil visualizações.

No primeiro turno, votos nulos, brancos e abstenções somaram 34,8% do eleitorado, o que equivale 382,5 mil pessoas. O número é mais alto do que o total de votos obtido pelo primeiro colocado, Marchezan, que contabilizou 213,6 mil votos. Os outros partidos que disputavam a eleição, PT e PSOL, não anunciaram apoio a nenhum dos candidatos.

De acordo com a cientista política Céli Pinto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o índice deve crescer. "Na grande maioria das vezes, a eleição do segundo turno acontece entre dois candidatos de dois campos distintos. Com a crise do PT, acabou que dois candidatos do mesmo campo venceram", disse a professora, em entrevista ao HuffPost Brasil.

"Não existe opção de mudança porque se vota em uma mesma prefeitura. A disputa pelo voto do centro não está acontecendo em Porto Alegre. Por isso, o número de eleitores que votam nulo ou branco só tende a crescer", explica.

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