O câncer é uma doença que não é possível erradicar, embora seja tratável, defendeu a diretora da Unidade da Mama do Centro Clínico Champalimaud, localizado em Lisboa, Portugal, apontando como um dos desafios da investigação clínica a resistência de tumores aos tratamentos.

Fátima Cardoso falava à agência Lusa, no final da sessão "Ciência e câncer: desafios para a investigação", no encontro Ciência '17, que termina na quarta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa.

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"O câncer, como doença, não vamos conseguir eliminar", frisou, assinalando que se trata de "uma doença das células que se alteram".

Para a médica, é possível viver com alguns cânceres, tratá-los e matá-los. Mas a cura da doença, no sentido geral do termo, considera que não é possível.

"São alterações nossas", no organismo, suscitadas, em grande parte, por "diversas agressões ao longo da vida", sublinhou, referindo que o câncer se tornou uma epidemia, não no sentido de doença infecciosa, porque não o é, mas devido ao "número de casos que não para de aumentar".

Segundo estatísticas citadas pela oncologista, em média uma em cada duas pessoas adultas pode vir a ter um câncer nos próximos 15 anos.

O estilo de vida, a alimentação, o abuso de álcool e tabaco são fatores que potenciam o aparecimento da doença.

Como desafios para a investigação clínica, Fátima Cardoso elencou a resistência de certas células cancerígenas aos tratamentos e a terapêutica direcionada para cada tipo de doente, para que os tratamentos sejam mais eficazes mas menos tóxicos. Com informações da Lusa.