Greve aumenta busca por delivery, mas falta de gasolina emperra entrega
Paralisação provocou queda na capacidade de entrega das empresas do ramo
© REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Tech Negócio
Empresas que oferecem serviços de entregas a partir da internet viram sua demanda aumentar até 25% em consequência da paralisação dos caminhoneiros, que fez muitos ficarem em casa para não gastar gasolina.
Por outro lado, os entregadores que prestam serviços para essas empresas sofrem com a mesma dificuldade que muitos de seus consumidores, a falta de combustível, o que impede um aumento de faturamento robusto.
A empresa Apptite, que permite a compra de comida caseira feita por cozinheiros autônomos via aplicativo, teve aumento de procura de 25% nos últimos dias, porém entregou menos do que o habitual, conta o sócio Guilherme Parente.
Para lidar com a falta de combustível, a empresa combinou um revezamento entre os motoboys que a atendem. Parte trabalhou exclusivamente de noite e outra apenas no almoço.
O problema é que, como menos entregadores estão disponíveis, o tempo de entrega da empresa aumentou e pratos que chegariam em uma hora passaram a ser entregues em duas, explica Parente.
Com isso, a companhia está entregando cerca de 80 refeições por dia, em vez das habituais 150.
Como alternativa para sofrer menos, a startup passou a usar também serviços de bicicletas, o que Parente diz que será mantido após o fim da turbulência.
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Celso Misaki, fundador da LocalChef, do mesmo segmento, também identificou o aumento de procura, com saldo final da semana negativo.
Ele explica que a companhia usa serviço de um aplicativo para chamadas de motoboy para garantir a entrega da comida feita pelos cozinheiros de sua plataforma. Porém, como o tempo para atendimento das entregas estava muito alto, decidiu deixar de atender pedidos de pronta-entrega que não fossem para regiões onde é possível levar a comida de bicicleta.
Outra empresa que faz entregas, a James Delivery, conseguiu aproveitar o aumento de 10% na demanda justamente por ter uma frota de entregadores formada principalmente por quem anda de bicicleta, conta o sócio Lucas Ceschin.
Segundo ele, os entregadores da empresa que usam moto se organizaram para compartilhar informações sobre postos de gasolina com combustível disponível.
O serviço, que permite a clientes pedirem que entregadores autônomos comprem itens em qualquer loja, funciona em Curitiba e Balneário Camboriú (SC).
A reportagem entrou em contato com iFood e Uber Eats para obter informações sobre o impacto da greve em suas operações, mas não teve retorno até o fim da manhã desta segunda. Com informações da Folhapress.